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Regulamentação da Profissão de Analista de Sistemas e Correlatas




A aprovação de uma lei que regulamenta a profissão de Analista de Sistemas e correlatas já é tardia. Já são quatro anos nas comissões do Senado e o caminho até a aprovação final parece ainda ser longo pela falta de participação ativa dos próprios profissionais de informática. O projeto de lei que trata dessa regulamentação – o PLS 607/07 – está atualmente na CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado. Esse projeto de lei é apenas uma semente que precisa germinar e, para isso, precisamos intensificar a nossa participação. Então, este é o momento decisivo para os profissionais de informática contribuírem para a regulamentação da sua própria profissão, pressionando o Congresso Nacional a votar pela aprovação desta proposta. Depois de passada esta oportunidade, não adianta reclamar da situação de despersonalização e exploração profissional e das más condições de trabalho enfrentadas diariamente. 

As profissões de Analistas de Sistemas e correlatas estão hoje entre as mais desrespeitadas e exploradas do Brasil. Entre outros motivos, isto acontece porque ainda não existe consciência de classe, organização ou disciplina da profissão. A maioria dos profissionais, preocupados apenas com a sua sobrevivência, ainda espera, passivamente, que a situação melhore de maneira milagrosa, nada fazendo concretamente para que esta melhora ocorra. Agindo dessa forma, a categoria fica submetida às influências daqueles que têm grande interesse na desorganização da profissão. 

Existe muito lobby no Congresso por parte das empresas que terceirizam os nossos serviços contra a aprovação desta lei. Claro que não é do interesse desses atravessadores egoístas de mão de obra que tenhamos uma classe organizada, que lutemos por melhores condições de qualidade de trabalho. Somos desvalorizados e tratados como profissionais de segunda categoria por esses “empresários”, por ainda não sermos uma Classe unida, e não termos qualquer tipo de amparo institucional; somos forçados a trabalhar com salários indignos, apesar de nossa alta qualificação e grande responsabilidade; somos forçados a trabalhar com profissionais de outras categorias, sem a menor formação em informática, em nome do grande lucro em curto prazo para esses “empresários”. Os profissionais e os clientes perdem muito com isto, apenas os “empresários” gananciosos ganham. Obrigam-nos a pertencer a falsas cooperativas e a abrir falsas empresas, para que os direitos trabalhistas não sejam pagos e os impostos sejam sonegados. Obrigam-nos a trabalhar três turnos, finais de semana, sem recebermos nada em troca. Sofremos de graves problemas de saúde do trabalho pelas condições a que somos forçados. Quem não se sujeita a isto perde o emprego pois qualquer um pode assumir o seu lugar para estes “empresários”. E hoje é assim mesmo, qualquer um pode ser Analista de Sistemas para grande parte das empresas terceirizadoras. O prejuízo humano e financeiro é incalculável para a sociedade e poucos ainda possuem esta consciência. A nossa profissão está hoje, em grande parte, na ilegalidade, nas mãos de empresários exploradores, que não possuem compromisso com o bem social e não entendem de informática. Nossa atividade está nas mãos de falsos “sindicatos”, criados pelas próprias empresas terceirizadoras, e está até sob o domínio de muitos criminosos do processo licitatório, que nos obrigam a trabalhar, muitas vezes, sob condições desumanas e antiéticas. 

Precisamos ter consciência de que somos uma força de trabalho humano imprescindível para o desenvolvimento social e econômico. Porém, estamos nas mãos de exploradores, que nos rebaixam, subestimam e minimizam, e, para justificar a exploração, afirmam com a grande falácia de que nossa atividade é apenas uma área “meio”. Deste modo nos tratam pior do que nossos irmãos terceirizados pelas empresas que exploram os serviços de limpeza. Do que vale nosso constante investimento em estudos e atualizações? Apenas para nos mantermos no “mercado” que estes empresários que burlam as leis trabalhistas e os políticos corruptos criam? 

É chegada a hora de sermos maduros, competentes e usarmos nossa inteligência de fato. Precisamos ter mais consciência de Classe, mais união e participação para moralizarmos esta profissão – como fazem outras categorias como Engenheiros, Médicos, Enfermeiros, Nutricionistas, Jornalistas, Empregados Domésticos, Artistas, Advogados, atletas de futebol, Contadores, Corretores de imóveis, Administradores, Economistas, Aeronautas e outras 60 profissões já regulamentadas. Após mais de cinco décadas de processo de informatização da sociedade, ainda não existe nenhuma regulamentação profissional para profissionais de informática no Brasil. Será que a sociedade sabe que existimos? A sociedade tem a mínima idéia do papel que desempenhamos e das grandes responsabilidades que assumimos? O que – ou quem – nos faz invisíveis? Somos menos importantes para a sociedade do que essas outras profissões? A atividade é menos complexa, exige menos capacidade e estudo do que essas outras profissões? Ou será que pode ser ao contrário e por isto mesmo estamos nesta situação? O que ainda estamos esperando e qual a nossa parte de responsabilidade neste contexto? 

É chegado o momento da sociedade saber do nosso trabalho. Precisamos do devido e merecido reconhecimento e respeito profissional por parte da sociedade e isto só pode vir com a regulamentação da profissão de Analista de Sistemas e correlatas. Com o respeito social poderemos trabalhar com mais dignidade, qualidade, segurança e responsabilidade. Não seremos apenas mais um número na conta dos exploradores do nosso conhecimento, seremos uma Classe atuante, longe dos sanguessugas e criminosos de hoje, que poderá muito ajudar ao Brasil a se desenvolver corretamente. Precisamos da sua ajuda para podermos regulamentar a profissão de Analista de Sistemas e correlatas e melhorar as nossas condições de trabalho e de vida, para esta e para as futuras gerações de profissionais de informática. 

Contribua assinando esta petição pública, cujas assinaturas serão enviadas ao congresso nacional (Senado e Câmara dos Deputados). Ajude a sua profissão!

7 comentários:

  1. Falou tudo. O que mais me deixa desapontado é ver colegas de profissão ser contra a criação do conselho.

    Existe uma petição online: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=60707PLS

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  2. Ola boa noite, uma pergunta, O Analista de Sistemas formado em Bacharel de Sistemas de Informação podera´ser regulamentado certo?

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    1. Correto. O que este projeto de Lei deseja é regulamentar todas as profissões relacionadas a informática.Principalmente os analistas de sistemas. Chegou a hora de deixar de ser explorado, e lutar por nossos direitos.

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    2. Não. Leia atentamente a lei. Só poderá trabalhar como analista de sistema quem é formado Análise de
      Sistemas, Ciência da Computação ou Processamento de Dados. O projeto de lei tem que ser alterado para contemplar as demais formações.

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    3. Fico feliz por seu comentário e saber que você leu este projeto de lei. Já tentaram incluir outros diplomas, como por exemplo Engenharia de Software, porém ainda não foi aprovado. Concordo com você Tatiana, vários cursos relacionados a Tecnologia da Informação poderiam facilmente ser adicionados nesta regulamentação profissional. Só que falta um movimento de luta para que este objetivo seja alcançado. A intenção em publicar esta matéria foi intrigar nossos profissionais a busca de melhorias. Obrigado pela participação!

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  3. Quero assinar embaixo. Trabalho na educação e odeio quando professores de outra formação pegam a minha vaga. Ainda caçuam porque a cultura deles é que "informática todo mundo sabe". Direito também todo mundo sabe, história. Mas não tão bem quanto um diplomado na área. O mesmo vale para os ANALISTAS DE SISTEMAS. Obrigado

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  4. Não concordo. Nossa profissão da de comer para tanta gente porque foi desenvolvida com liberdade.

    Qualquer um pode trabalhar em informática e cabe a quem comprar o trabalho determinar as capacidades do sujeito, e não ao estado brasileiro.
    É uma vergonha que quem se aproveita desse crescimento pretenda impedir que outros -pessoas que tal vez não tenham um diploma, mas com boa disposição, responsabilidade, conhecimento, compromiso e desempenho- entrem nesta área.

    Acredito que é extremamente egoísta que as pessoas que tem diploma queiram impedir que outras pessoas sem estudos formais trabalhem na área. Um desempenho bom pode ser atingido sem ele.

    E é uma tolice, porque a quantidade de vagas não faz se não aumentar -aqui no Brasil e no resto do mundo. É um dos setores com menor taxa de desemprego.

    Sinceramente, acredito que esta lei atrapalhará o desenvolvimento da profissão que diz defender.

    Obrigado

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